Beato Apolinário de Posat: Um Mártir Capuchinho da Revolução Francesa

02 de Setembro

Beato Apolinário de Posat


O Beato Apolinário Morel nasceu no dia 12 de Junho de 1739 em Prez-Vers-Noréaz, junto a Friburgo, filho de pais suíços, oriundos de Posat. No Batismo recebeu o nome de João Tiago Morel.

Passou os primeiros anos da sua juventude no Colégio dos Jesuítas, fundado por São Pedro Canísio, em Friburgo. Notabilizou-se pela sua inteligência, pelo bom rendimento dos seus estudos e pelo seu fervor religioso.

Quando tinha 23 anos entrou no noviciado dos Capuchinhos em Zug, no dia 26 de Setembro de 1762, recebendo, então, o nome de Frei Apolinário de Posat, terra de origem do seu pai.

Foi ordenado sacerdote no dia 22 de Setembro de 1764. Dedicou-se ao apostolado típico dos Capuchinhos ajudando o clero nas paróquias e pregando missões populares. A sua pregação era de muita eficácia no meio do povo, sobretudo, entre os jovens, motivo pelo qual teve muito que sofrer da parte dos inimigos da fé. As suas virtudes, e particularmente a sua retidão de intenção em todas as suas atividades pastorais, na instrução catequética e no confessionário, manifestaram-se muito especialmente nas provações dolorosas que lhe foram provocadas com calúnias e incompreensões.

Ensinou Filosofia e Teologia; foi Guardião em alguns Conventos, Prefeito de estudos no Colégio de Stans e Diretor dos estudantes de Teologia em Friburgo.

Deparando-se com uma ocasião propícia, em 1788, pediu para ir como missionário para a Síria. Porém, antes de o fazer, teve que ir para Paris a fim de estudar línguas orientais numa escola com esta especialidade.

Na capital francesa, dedicando-se à assistência espiritual de muitos alemães que ali viviam, foi acusado, junto dos Superiores e dos seus compatriotas, de ter assinado o Juramento imposto ao clero pela Assembleia Nacional. Frei Apolinário defendeu-se escrevendo na Imprensa em 1971. Não contente com isso, para retirar todo e qualquer equívoco, apresentou-se aos Comissários da revolução e declarou que não tinha assinado qualquer juramento e pretendia permanecer fiel à Igreja Católica e à Santa Sé.

Foi preso naquele mesmo momento e em 1972 foi levado para o Convento dos Carmelitas, transformado em cadeia onde se encontravam também bispos e outros sacerdotes condenados à morte, num total de 160. Durante os dias da sua prisão, Frei Apolinário converteu-se em anunciador de expetativa feliz, em coerência com os seus sentimentos expressos na carta que escreveu a um dos seus Superiores: "Como homem eu tremo, como religioso alegro-me, como pastor estou exultante. Abraço a todos os meus inimigos, perdoo-lhes e amo-os como os meus maiores benfeitores". Bem depressa a França, banhada no sangue de tantos mártires, verá reflorescer a religião na sua terra.

Naquela prisão, foi executado com mais 180 companheiros, a 2 de Setembro de 1792, tendo sido trucidado barbaramente. Tinha 53 anos de idade. Antes da sua execução, escreveu ainda uma carta a um amigo, de nome Jan, a quem revelou o íntimo do seu espírito, exultando pela certeza de ser imolado por Cristo. No seu martírio via o desígnio de Deus para a sua vida e, perseguido, entoa o Aleluia pascal que iria cantar para sempre no Céu.

No dia 17 de Outubro de 1926, Frei Apolinário e mais 190 mártires da Revolução francesa foram beatificados pelo Papa Pio IX .

Oração
Senhor, nosso Deus, que concedestes ao Beato Apolinário e companheiros, mártires, a graça de testemunhar o seu indefectível amor a Cristo com o martírio da sua vida, renovai-nos pela ação do Espírito Santo para que sejamos dóceis aos ensinamentos da fé e perseverantes na confissão do Vosso Nome. Por nosso Senhor.

Imagem de beatificação dos "mártires de setembro" assassinados nos massacres de setembro de 1792, durante a revolução francesa.
Imagem de beatificação dos "mártires de setembro"
 assassinados nos massacres de setembro de 1792, durante a revolução francesa.

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Este artigo foi extraído do site capuchinhos.org.


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